Enquanto os Smurfs ainda estavam chegando, duas animações “rivais” disputaram a atenção nos cinemas: Carros 2, da Disney/Pixar, e Kung Fu Panda 2, da Dreamworks.
O que ambos trouxeram em comum foi um incrível avanço técnico e gráfico em comparação aos seus predecessores. Afinal, já fazem 3 anos desde que foi lançado o primeiro filme do Kung Fu Panda, e o primeiro Carros é de 2006.
Em Kung Fu Panda 2, a trama em si é bastante simples e totalmente previsível. A vantagem aqui é o fato da história dos personagens já estar estabelecida, então podemos acompanhar como o relacionamento entre eles evoluiu e se desenvolveu desde o último filme (mesmo que isso não seja muito focado, ficando mais centrado no Po e na Tigresa). A história do filme gira em torno de uma nova profecia, desta vez relacionada à origem do panda Po e do porque o pai dele ser um ganso.
O novo vilão é o Lorde Shen, um pavão, e devo dizer que as sequências de luta com ele foram fenomenais. Na verdade, os dois elementos que mais me atraíram no primeiro Kung Fu Panda foram justamente a qualidade da animação (e aqui se inclui o efeito 3D) e as coreografias das lutas, e foi muito bom ver que ambas as coisas estavam ainda melhores nesta continuação. Há uma sequência de luta envolvendo uma música típica chinesa que foi incrivelmente bem bolada. E a qualidade do 3D estava ainda melhor que antes.
Infelizmente a trama é bastante rasa e não guarda muitas surpresas, e inclusive os personagens em geral não ganham muita profundidade além do primeiro filme. A história poderia até mesmo ser o enredo de um episódio para a TV, caso a franquia acabe mesmo virando uma série de animação, ao estilo de Clone Wars. De toda forma, o filme também acaba servindo de pretexto e deixando o gancho para o Kung Fu Panda 3 (ou para uma provável série de TV).
(Cars 2, 2011)
Já em Carros 2, o estilo do filme é completamente diferente do primeiro. Carro 2 é muito mais um filme de ação, enquanto o primeiro se foca no lado emocional, sobre amizade, aceitação e a busca por uma motivação pessoal saudável. No dois, temos uma história de espionagem estilo 007, que inclui até mesmo armas de fogo e a “morte” de alguns personagens.
A continuação, em comum possui apenas os personagens. Inclusive na nova versão, o personagem principal deixa de ser o Relâmpago McQueen e passa a ser seu melhor amigo, o calhambeque de reboque, Mate. McQueen, ao meu ver, está até mais secundário nesta trama que os novos personagens, os carros espiões Finn McMissile e Holley Shiftwell.
O mais incrível em Carros 2 é que desta vez deixamos de lado a pequena cidadezinha de Radiator Springs, com sua única rua, e finalmente podemos conferir o verdadeiro universo de Carros, enquanto acompanhamos um Grand Prix através de várias cidades famosas do mundo, como Tóquio, Paris e Londres, passando também por uma vila na Itália. E eles realmente capricharam nos detalhes deste mundo automecânico.
Acabei achando o segundo filme bem mais interessante, mas justamente porque o lado da ação (e também da comédia) acabaram me ganhando, fora, claro, a parte artística. Carros não é exatamente um dos meus filmes favoritos da Pixar, pois não sou muito fã de carros, mas me surpreendi quando assisti ao primeiro e acabei gostando bem mais do que esperava. Já no segundo, fui surpreendido com o mundo que foi criado, em termos de cenários, relacionamentos dos carros, animais e tudo mais.
Ele realmente expandiu de forma considerável o universo do primeiro filme e se tornou uma experiência totalmente diferente. O único porém é que justamente pela violência e pelas mortes, talvez ele possa chocar um pouco algumas crianças, mas principalmente alguns pais.
No fim, entre erros e acertos, eu gostei das duas continuações, sendo que prefiro Carros 2 do que o primeiro, e já Kung Fu Panda 2, apesar de mais bonito, realmente é apenas uma continuação e não supera o anterior. À você, aconselho ver os dois, mas principalmente a continuação daquele cujo original você gostar mais!
CinéPhillo 